STT: Tecnologia da UFSC para a sociedade

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) firmou parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para a concessão de licença de uso não exclusivo dos softwares que compõem o Sistema Integrado de Telemedicina e Telessaúde (STT) no final de dezembro de 2021.

O STT é uma plataforma tecnológica de apoio à saúde pública, desenvolvida pela UFSC no Laboratório de Telemedicina do Instituto Nacional para Convergência Digital (InCod). A plataforma está sendo desenvolvida desde 1999 e possui diversos módulos. O módulo de telemedicina é voltado para o apoio ao atendimento médico, diagnóstico e compartilhamento de exames e imagens. Já o de telessaúde oferece apoio na área educacional (treinamento e capacitação) para profissionais da área da saúde. A plataforma STT também oferece serviço de arquivamento de imagens (raio X e ultrassom), exames e emissão de laudos.

O serviço de teleconsultorias disponibilizado pelo STT agiliza o atendimento de pacientes, principalmente os que residem longe dos grandes centros urbanos, evitando que esses precisem se deslocar para ter acesso a especialidades médicas. Em casos mais graves, quando o paciente necessita de atendimento especializado, é possível fazer o encaminhamento pela plataforma, deixando o processo mais rápido e menos custoso. Por meio da plataforma os profissionais da saúde podem trocar informações, agilizando e facilitando o diagnóstico dos pacientes.

A plataforma foi desenvolvida principalmente com o financiamento do Governo do Estado de Santa Catarina, através da Secretaria de Saúde do Estado de SC, do Ministério da Saúde e outras fontes de fomento. O STT está presente em 100% dos municípios catarinenses. No estado de Santa Catarina o serviço começou a ser ofertado em 2005 e já realizou mais de 10 milhões de atendimentos, proporcionando a interiorização dos atendimentos médicos especializados, que historicamente ficam concentrados nas capitais e grandes cidades. Projetos-piloto com o STT estão ocorrendo nos estados do Acre, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e na Aeronáutica, Exército e Marinha.

Douglas Dyllon, professor do Departamento da Informação (CIN) da UFSC, e que trabalha no desenvolvimento da plataforma desde 2005, disse que “muitos softwares na área de saúde são comercializados. Em geral, estes softwares são muito caros. Na idealização do STT, nunca se teve a intenção de ser vendido, pois somos um órgão público, financiado com dinheiro público e  direcionado para órgãos públicos utilizarem. Nesse bojo, começamos a conversar com a SINOVA (Secretaria de Inovação) para entender qual seria o melhor jeito para disponibilizar esse software para quem quisesse. Com a pandemia muitas instituições nos procuraram no sentido de utilizarem o STT e para cada um deles tem que fazer instrumentos normativos e legais específicos. [Esse processo legal] é muito difícil”.

A parceria com a EBSERH foi possibilitada por meio do primeiro edital de oferta tecnológica lançado pela UFSC, por intermédio da SINOVA. Segundo Alexandre Moraes Ramos, Secretaria de Inovação, “A ideia de realizar uma oferta tecnológica foi para atender as exigências da Lei de Inovação e ao mesmo tempo dar mais transparência ao processo e oportunizar que a rede pública de saúde em todo o Brasil pudesse ter acesso ao STT. Qualquer hospital público no Brasil pode aderir ao Edital e assim ter acesso gratuito ao sistema. Em contrapartida, deve firmar um convênio de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) com a Universidade e colaborar com recursos financeiros, humanos, materiais e infraestrutura para a evolução do sistema, a partir do desenvolvimento de novas funcionalidades continue”.

A EBSERH administra 48 hospitais universitários no Brasil, a assinatura do licenciamento possibilita que qualquer um deles implemente o STT, ampliando a cobertura dos atendimentos médicos realizados através da plataforma. Ressaltando que o Hospital Universitário (HU) da UFSC utiliza a plataforma e foi fundamental para o desenvolvimento da tecnologia.

Maico Oliveira Buss, chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e Inovação do HU da UFSC e que já foi diretor da SINOVA, contou que a sua expectativa com o licenciamento é de que “o STT passe a ser visto como um case de sucesso de Santa Catarina e que, como a EBSERH administra outros 48 hospitais, esse case possa ser divulgado e aplicado em outros estados e assim multiplicar os resultados do STT aqui em Santa Catarina 25 ou 26 vezes no longo prazo”.

A expectativa é que novas parcerias sejam firmadas entre a UFSC e outros órgãos públicos por meio do edital de oferta tecnológica. A parceria com a EBSERH e as parcerias futuras são fundamentais para a Universidade continuar desenvolvendo a plataforma.

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